A insubordinação da cristandade oriental ao papado romano – junto a divergências doutrinárias abordadas abaixo, em seção sobre o catolicismo ortodoxo – inaugura a divisão que ainda hoje vigora no seio do cristianismo. Com o acontecimento, radicalizou-se uma oposição que vinha sendo contornada desde o século 4, com a cisão entre o Império Romano do Ocidente, cuja capital era Roma, e o Império Bizantino, cuja capital era Constantinopla. Afora o aspecto intelectual da Idade Média, um evento de primeira importância ocorrido nessa era foi, em meados do século 11, o Grande Cisma. Esses desvios doutrinários eram frequentemente motivados pela intenção de tornar a mensagem cristã mais palatável aos padrões de pensamento estabelecidos.
Conhecer a espiritualidade desses místicos é certamente um dos caminhos mais profícuos para entender a natureza da fé católica. O caráter plural do catolicismo romano é também conferido na diversidade de ordens e congregações em que se reúnem seus clérigos e alguns de seus leigos. Normalmente inspirados em diferentes pensadores e místicos, esses institutos de vida religiosa refletem a riqueza da tradição católica. Os cristãos creem que Jesus ressuscitou; deste modo, a cruz vazia é um lembrete de que a morte conheceu a sua derrota.
Quando Deus age na fraqueza
A questão de encontrar algum valor que possa ser considerado sagrado pelos membros tão diversos de uma sociedade é em si mesmo um objetivo sujeito a questionamentos mas, mesmo que se reconheça isto como algo desejável, estabelecer qual seria esse valor parece ser um desafio bastante complicado. Sabemos que o autor acreditava ter encontrado uma saída, e foi por isso mesmo que defendeu o respeito à pessoa humana como valor irredutível das sociedades modernas . Ainda assim, embora aceitemos que a vida em sociedade só é possível quando se comunga de uma fé em comum ao menos de um único ideal, e assumindo que esse ideal possa ser o respeito à pessoa humana, há uma questão – teórica e prática – cuja resolução parece ser ainda mais desafiadora. Ou, em outros termos, o desafio, deste ponto de vista, é como a vida social pode continuar a ser percebida enquanto tal, enquanto vida coletiva, ativa e com propriedades dinamogênicas. Ampliando a reflexão, Dalgalarrondo , citando Sims, diz que as crenças religiosas, mesmo as excessivas e radicais, não são as causas dos delírios religiosos. Os delírios religiosos verdadeiros provêm de um adoecimento mental de base como a esquizofrenia, os quadros maníacos e depressivos psicóticos e outras psicoses, e sua manifestação vai depender do background social do paciente, de seus interesses e dos de seu grupo sociofamiliar.
“Lamento informá-lo que não acredito na Bíblia nem em Jesus Cristo”
A história das religiões é uma ciência de observação baseada na análise dos dados, bem como a comparação. Santayana amava a religião, mas deplorava o monoteísmo beligerante oração e proselitista, que pretendia impor seu modelo à diversidade dos povos. Se dissecamos um conjunto qualquer de valores, logo veremos que nem sempre são coerentes entre si.
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Todos esses fatores podem influenciar o modo como os pacientes e os profissionais da saúde percebem a saúde e a doença e como interagem uns com os outros. Por outro lado, a espiritualidade é uma qualidade da natureza do espírito, um fator pertinente a todo ser humano. Diante desses relatos, fica claro que as necessidades espirituais dos pacientes em cuidados paliativos, presentes nos depoimentos dos enfermeiros, referem-se às necessidades de apoio familiar, de perdão, de amor, de crença, de fé e de esperança. Essas necessidades estiveram presentes em estudo17 que procurou sintetizar as necessidades espirituais consideradas fundamentais encontradas na literatura. De acordo com o autor, a necessidade de crença é a mais expressa nos estudos e pode estar relacionada ou não a uma prática religiosa.
No segundo caso, você quer expressar o objetivo de toda religião é para unir os homens com o mundo divino. Além disso, poderá fortalecer as leituras críticas a respeito da temática e subsidiar novas investigações, visto que essa dimensão deve ser mais bem explorada no âmbito acadêmico. Corroborando os achados da presente pesquisa, estudo18 realizado em Portugal com enfermeiros que atendiam pacientes em estado terminal mostrou que, com o intuito de proporcionar algum conforto espiritual para o doente, recorrem a um capelão ou assistente religioso. Esse trecho revela que o abandono familiar é uma das queixas espirituais apresentadas por pacientes e enfermeiros. Pesquisa mostrou que 18% das comunicações não atendidas por enfermeiros referiram-se às situações de medo da morte por parte do paciente e do abandono familiar, o que pode prejudicar o atendimento da necessidade de apoio familiar.
Daí a ideia geral de “religião” estar voltada para crença em um ou mais seres divinos, superiores, denominados Deus ou deuses e deusas, em espíritos, seres sobrenaturais, na vida para além da morte. Em “O mal-estar na civilização”, Freud reconhece a função da religião como resposta frente ao desamparo, situando aí sua origem. “Moisés e o monoteísmo” mostra como a religião desvela um saber esquecido acerca de um povo, e, em certo sentido, de toda a humanidade. Conclui-se que, ao longo de sua obra, Freud constrói e retoma concepções acerca da religiosidade, tal como reconhece sua importância para o desenvolvimento intelectual e superação do sentimento de desamparo.
A Mesopotâmia surge entre dois rios importantes, Tigre e Eufrates, que nasciam nas montanhas da Armênia e desaguavam no golfo pérsico (FUNARI, 2010, p.28) a fertilização da terra em torno dos rios, favoreceu a prática da agricultura. Isso foi de extrema importância para fixação de povos naquela região, pois, eram comunidades independentes que viviam no nível de subsistência, até a necessidade de uma organização para cuidar o que se excedia. Não havia unidade política e nem um estado centralizado se organizavam em cidades-estados e tinham seu próprio soberano seus próprios deuses.
Do lado das ciências sociais, a teoria das escolhas racionais, oriunda da Economia, vê a religião como uma troca entre as pessoas e seres sobrenaturais, envolvendo bens escassos, como chuva durante um período de seca, ou impossíveis, como a vida após a morte. Independentemente de a quem se destina o recente discurso ecológico das igrejas, as mensagens religiosas estão inculcadas na grande maioria dos seres humanos – atualmente, mais de 85% dos habitantes do planeta pertencem a alguma religião – desde tempos imemoriais. E, com elas, vêm visões de mundo que ajudaram a moldar as sociedades humanas e, por conseqüência, o ambiente a seu redor.